Crítica | “Special” – Série Original Netflix




A Netflix tem se renovado e mostrado novas propostas para o público, não só de histórias, mas também de formatos. “Special” nova série original Netflix vem com oito episódios com duração de aproximadamente 17 minutos cada um, podemos considerar um verdadeiro frescor para os maratoneiros e críticos de platão, afinal de contas tem muitas séries por todo lado, e ficar estagnado em um formato de vinte episódios com duração de quarenta minutos, já não dá mais, episódios de trintas minutos, vinte minutos começaram a surgir e agora 17 minutos. Obrigado Netflix.

Enfim, “Special” é uma semiautobiografia e acompanha Ryan, um jovem gay com leve paralisia cerebral (PC), que por mais que seja leve afeta a cordenação motora, ele mora junto com sua mãe superprotetora e após sofrer um acidente que só trouxe arranham, Ryan se vê estagnado em uma vida sem muitas experiências e espectativas, decide então arrumar um emprego e acaba vivendo dentro de uma mentira. Com direção do próprio Ryan O’Connell, a história se baseia em sua vida, e mostra de forma cômica, os desafios de socialização, sexualidade, cotidiano e no trabalho.

Uma das coisas mais interessante que a série proporciona é a forma comum de se contar uma história sobre alguém que possuí alguma diferença, na verdade, não há por motivos de apelar e de dramatizar a ponto do público sentir pena do protagonista, e isso é um dos pontos forte de “Special”, nós conhecemos Ryan acompanhamos as aventuras dele, um jovem que como forma de viver a vida e fugir de sua mediocridade vive numa aparente mentira, faz amigos, encara desafios nunca imaginados, enfim.

O fato de O’Connell ter se baseado em sua vida, fez dele o protagonista ideal, ao invés de chamar um ator, até mesmo experiente, e fazer com que ele atue um personagem com PC, ele mesmo encarou essa missão trazendo naturalidade para seu personagem e para o seriado.

Os coadjuvantes preenchem os pequenos vazios e corroboram para deixar os episódios interessantes e autoastral. A chefe malvada Olivia, de Marla Mindelle, basicamente uma pessoa má por ser má, apesar de quase desnecessária movimenta um pouco a trama; já a melhor amiga Kim, de Punam Patel, faz o lado mais cômico e encorajador para Ryan; enquanto que a mãe Karen, de Jessica Hecht, faz o lado dramático por ter seu filho cada vez mais distante, inclusive Karen também tem sua pequena trama de relacionamento com o vizinho novo.

O formato de “Special” é bacana, um história rápida, objetiva, tranquila, sem enrolação, sem melodrama para buscar empatia com o público, conquista apenas com sutiliza e naturalidade, cada vez mais precisamos de séries assim.

Nota: 8




Deixe um comentário